Saúde
Vacinação contra Covid é ampliada depois de atingir 16% do público-alvo nas primeiras etapas da campanha
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Em dois meses de vacinação, apenas 16,3% da população-alvo recebeu a vacina bivalente como reforço. Cerca de 37 milhões de doses podem estar paradas nos estoques, aguardando a aplicação.
Por Marina Pagno, g1
A liberação da vacina bivalente contra a Covid-19 para toda a população com mais de 18 anos, anunciada nesta segunda-feira (24) pelo Ministério da Saúde, ocorre diante de um cenário de vacinas paradas nos estoques por conta da baixa procura pela imunização de reforço.
Em dois meses, apenas 16,3% da população-alvo recebeu a dose extra, que oferece uma proteção adicional contra mutações do vírus (saiba mais sobre as características da vacina bivalente abaixo).
- Antes da ampliação do público, cerca de 61 milhões de pessoas estavam aptas a tomar a dose bivalente;
- 52 milhões fazem parte da 1ª fase da campanha, que começou no dia 27 de fevereiro para pessoas com maior risco de desenvolver formas graves da Covid, como idosos, grávidas e puérperas, e imunossuprimidos;
- No final de março, o governo federal liberou o reforço para quem tem comorbidades: o público estimado é de 9 milhões de pessoas.
No entanto, apenas 10 milhões de brasileiros receberam a dose bivalente até agora, segundo dados do ministério divulgados no fim da semana passada. A maior parte – 8,1 milhões – foram para os braços de idosos acima de 60 anos.
A Pfizer afirma que entregou ao governo brasileiro, até o dia 12 de abril, 47,6 milhões de doses da vacina bivalente. Isso significa que cerca de 37 milhões de doses podem estar nos estoques, aguardando o uso.
A validade das doses é de 18 meses a partir da data da fabricação, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em um documento técnico, enviado internamente para estados e municípios e que o g1 teve acesso, o Ministério da Saúde escreveu que a liberação da bivalente para todos os adultos acima dos 18 anos se deu por conta da “disponibilidade de doses da vacina bivalente” e também pela “a oportunidade de atualização da resposta imunológica de uma população maior frente às novas variantes da Covid-19“.
A partir da recomendação do governo federal, estados e municípios decidem como vão organizar a nova etapa da vacinação com a bivalente, de acordo com os estoques locais e a realidade da região.
Ampliação para 18+
O governo anunciou na segunda (24) a ampliação do reforço com a vacina bivalente contra a Covid para todos acima de 18 anos. A partir de agora, cerca de 97 milhões de brasileiros poderão procurar as unidades de saúde para receber a vacina.
A medida vale para quem já recebeu, pelo menos, duas doses de vacinas monovalentes, como Coronavac, Astrazeneca ou Pfizer, seja no esquema primário ou como dose de reforço. A aplicação da bivalente deve acontecer em um intervalo de pelo menos quatro meses desde a última dose.
Quem tem entre 5 e 17 anos deve continuar sendo recebendo o reforço com a vacina monovalente disponível, de acordo com o ministério. O esquema vacinal de bebês e crianças entre 6 meses e 4 anos já contempla três doses da vacina Pfizer baby, que possui uma dosagem menor da vacina adulta.
O que são as vacinas bivalentes?
Os imunizantes foram elaborados para oferecer uma proteção extra contra a ômicron e suas subvariantes. Atualmente, a Pfizer é a única farmacêutica que oferece a vacina bivalente ao Brasil.
- Desde o início da pandemia, o coronavírus vem sofrendo mutações (o que é normal);
- Atualmente, a variante que domina o mundo é a ômicron, que é bem diferente do vírus original;
- As primeiras vacinas usadas no combate à pandemia, também chamadas de “monovalentes”, fornecem menos proteção frente à variante dominante;
- Ainda assim, as vacinas monovalentes continuam sendo eficazes contra casos graves, óbitos e hospitalizações.